Acabei de ler o post da Cora Rónai "http://cora.blogspot.com/2010/05/chegaram-varios-feijoes-do-acre.html", dizendo ter recebido feijões do Acre. Lendo o registro, vendo os feijões me bateu uma saudade e desandei a fazer um texto longo, como comentário no blog dela... "Já estou com saudades!! Estivemos no final de abril em Assis Brasil, Acre. Pensa você em uma varanda, Pausada Ecológica, olhando para a direita, Peru, para a esquerda, Bolívia. Sim, estava justamente naquele "biquinho" do mapa do Brasil. Fomos inaugurar dois telecentros, numa atividade de inclusão digital/social que a empresa em que trabalho realiza. Na cidade, Assis Brasil, inauguramos o telecentro, com 10 micros. Antes da "solenidade" de inauguração, já tínhamos vários usuários da comunidade, como crianças/alunos, irmãs de caridade, e policiais. Esse policial estava já há quatro meses sem receber o valor da bolsa de qualificação do Programa PRONASCI, do Ministério da Justiça, por não conseguir acessar os módulos educacionais. Pronto, lá estava ele se inscrevendo nos módulos e confiante na retomada do recebimento dos valores da capacitação.
O segundo telecentro foi a 35km adentro da floresta amazônica, na Reserva dos Seringueiros de Icuriã. Chegamos ao mesmo tempo com a luz (Programa LUZ PARA TODOS/MME), com a internet (SIPAM, sinal do satélite de segurança da amazônia/PR) e com os 10 computadores. Imaginem o frisson que causamos principalmente nas crianças (há uma escola com 150 crianças dos seringueiros). Também havia uma empresa francesa que iria comprar toda a produção de borracha a um valor de R,00, quando eles vendem hoje por até R,00. Nossa empresa consolida todos os programas do governo federal, voltados para os municípios, e realiza ação conjunto, beneficiando a comunidade local com o que há de disponível centralizadamente. A aventura foi "entrar" na floresta, após meses de invermo (o seringueiro compra tudo o que pode, até o feijão que a Cora recebeu, e não sai de lá, até a chuva passar). Bom, chegamos exatamente após esse período chuvoso. Eu que sou extremamente urbana, ver aquele lamaçal todo, as picapes rodopiando e lutando contra a lama, foi uma experiência e tanto. Hoje estou pronta para qualquer raly que vier. Tb. fiquei sabendo que naquele estado não tem pedra, brita, cascalho - imagine então como era a lama...
Desculpe-me o texto longo. Ao ver os feijões e a referência ao Acre, não pude deixar de me empolgar com a aventura que passamos, o orgulho de fazer diferença. Aquela borracha que os Franceses tanto cobiçam, nada mais é que um resultado de 15 anos de pesquisa do Prof. Pastore, da Universidade de Brasília - ele identificou que na fumaça resultante do fogo que os seringueiros provocavam, para coagular o latex, é que existia um componente responsável pela tal coagulação - conclusão - ele isolou esse componente e o serigueiro praticamente eliminou todas as etapas de industrialização, inclusive a fase da usina, vez que ele mesmo pode tratar e beneficiar a borracha e vender diretamente ao cliente... Esse Brasil é tão grande, são tantas novidades, inovação e ações cidadãs, que nem a velocidade da internet consegue acompanhar e divulgar de modo acertado..."
Lá, no Blog da Cora, não conclui dizendo das belezas do Estado e da simpatia daquele povo simples, verdadeiro e caloroso. Também não disse da tristeza de ver longos trechos da floresta desmatados para a ocupação do gado de corte.
O que estou lendo ?
Há um dia
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