Ser avó é a coisa mais doce, mais sublime (mais que ser mãe), mas também é um...não sei o quê de dor, de preocupação, de plenitude, pois não sabemos se sofremos pela filha em toda aquela situação que já passamos de dor, de alegria, de esforço braçal. Sim, cuidar de um bebê é um trabalho braçal que pensamos não ter fim. Tanta fralda, tanta mamadeira, tanta cólica, tanto tudo!
Isso tudo duplica, triplica ou mais, quando somos um pouco de avó-mãe - isso acontece quando a filha e neta moram na sua casa, você acaba assumindo funções de mãe, que não assumiria se fosse apenas "visitar" as "meninas". Estou apenas a "capa do batman", com falta de sono, de preocupação - sim, preocupação, pois com filho seu, tudo encara, mas com o filho da filha, a coisa muda de figura e você não se acha tão segura de como criar um bebê, mesmo tendo parido 3 adultos atuais.
Acho que, depois de SOGRA, a profissão de mais risco que a mulher encara é a de AVÓ. Não queremos errar, não queremos decepcionar.
Bom, isso tudo acho que rola somente no mundo dos adultos, pois no mundinho da Sophia isso não tem nada a ver. Ela se diverte em ver nossa cara preocupada, rola de rir quando nos atrapalhamos na hora do banho. Na refeição, então, chupando uma grande coxa de frango, se diverte em nos ver tentando enfiar uma colherada de sopa a cada chupadela na tal coxa.
Acho que ser avó é se preocupar em dobro, é fazer um flashback de suas crianças/adultas, é rememorar toda a sua trajetória de mãe, esposa, mulher. Acho que ser avó é conjugar o verbo amar em looping - você entra nessa deliciosa montanha russa que não tem mais fim.